Monserrate
É um dos mais conhecidos Jardins Europeus e um maravilhoso exemplo de um jardim inglês em Portugal. Graças ao seu clima único e privilegiado, Monserrate funciona como uma enorme estufa a céu aberto, com cerca de 30 hectares, onde centenas de espécies convivem em plena harmonia.
Elementos arquitectónicos de rara beleza e de grande importância histórica, tais como o Palácio - uma mistura de estilos gótico, mourisco e oriental - bem como as estátuas, cascatas e lagos, são factores que complementam este Jardim único onde a Natureza e o Homem vivem em total harmonia.
A história de Monserrate é cíclica: períodos de grande riqueza sucedem-se a períodos de ruína. Em 1540 o abade Gaspar Preto constrói uma capela neste local, à qual dá o nome de Monserrate após a sua peregrinação ao Santuário da Nossa Senhora de Monserrat na Catalunha.
Destruída pelo terramoto em 1755, esta propriedade é alugada pela Família Melo e Castro a Gerard DeVisme, membro da feitoria inglesa em Lisboa e um dos mais importantes homens de negócios da segunda metade do séc.XVIII, que depois de construir um Palácio neo-gótico, sub-aluga Monserrate a William Beckford. Apreciador da Natureza, reputado conhecedor de obras de arte e um dos homens mais ricos de Inglaterra, Beckford finaliza a construção do Palácio e lança a plantação dos Jardins, mas poucos anos mais tarde regressa a Inglaterra, deixando Monserrate entregue ao seu próprio destino.
Em 1809, Lord Byron imortaliza Monserrate quando descreve Sintra como um "Glorioso Paraíso" e lamenta "a ruína" de Monserrate no seu poema "Childe Harold's Pilgrimage". Inspirado pelo período romântico do século XIX, Francis Cook, um comerciante inglês dono de uma imensa fortuna e de uma das mais importantes colecções de arte britânicas, adquire e restaura o Palácio, transformando a paisagem envolvente num dos mais famosos e exóticos "Jardins Victorianos" da Europa. Após o seu auge na segunda década do séc. XX, Monserrate é vendida pela Família Cook a seguir à II Guerra Mundial, sendo dispersado o seu importante recheio.
Em 1949 a propriedade é adquirida pelo Estado Português e apesar de estar aberta ao público, foi-se deteriorando ao longo dos anos. Hoje, graças a um maior interesse e abertura aos problemas ambientais e à força da opinião pública, na qual a Associação do Amigos de Monserrate teve um importante papel, o Governo Português e a Câmara Municipal de Sintra constituíram uma entidade responsável pelo património cultural, na qual Monserrate detém uma importância primordial. Sintra tem o Estatuto de Património Cultural da Humanidade atribuído pela Unesco.
Árvores de Monserrate
de João Sande de Freitas e Raúl Constâncio
AAM / Edições INAPA
O principal livro existente sobre Monserrate, os seus jardins e a sua história, amplamente ilustrado com fotografias. (Português /Inglês)
Castles, Caliphs and Christians: a Landscape with Figures. Monserrate
de Ida Kingsbury
Publicado pela AAM em conjunto com The British Historical Society of Portugal, este livro de Ida Kingsbury conta Monserrate evocando aqueles que o fizeram: os seus proprietários, construtores e visitantes.
O Tesouro de Monserrate
de Sofia Vilarigues
Ed. Campo de Letras
Um conto infanto-juvenil passado em Monserrate
Contributos para a História de Monserrate
de D. Manuel Clemente, Prof. José-Augusto França, Prof. Maria Laura Bettencourt Pires, Dra. Mafalda de Melo e Castro, Professora Ana Canas
Histórias de Monserrate
de José de Oliveira e Sousa, José Lima, Amadeu Lopes Sabino e Paulo Castilho
O Jardim que o Pensamento Permite
prefácio, selecção e edição, de José Manuel de Vasconcelos
Antologia poética sobre Monserrate