Pic-nic em Monserrate
Pic-nic em Monserrate
Renovados aplausos aos Amigos de Monserrate pela organização do pic-nic no sábado, 16 de Junho. Ouvi dizer que o último pic-nic em Monserrate tinha sido promovido pelos Amigos há muitos anos.
No sábado passado houve de tudo: rifas, jogos para crianças, e até um concurso para o melhor chapéu de flores. Já para não falar dos cestos de vime onde se transportaram comes e bebes, do bom vinho tinto ou branco e de um fabuloso bolo de chocolate a circular numa caixinha de metal, receita antiga a derreter-se na boca.
Não estive a conversar apenas sobre o estado do tempo, sempre maravilhosamente incerto nestas paragens. Dissertei com os Amigos sobre a inépcia do Acordo Ortográfico (quem é que precisa de mais um cavalo de batalha? Eu não!), das novas maneiras internacionais de publicar livros através da Internet, deixando de lado o formato em papel (tenho ainda que me habituar!), e da benéfica parceria entre a sociedade civil e o Estado (aqui e agora actuante!). É que espaços privilegiados como Monserrate pertencem a todos nós: devem ser entidades vivas, culturais, de convívio salutar.
Honro-me de ter influenciado a decisão do júri, o melhor chapéu de flores era sem dúvida o da Paula Saraiva e Sousa!
E honro-me, ainda, de ter chegado ao cimo do relvado, já junto ao Palácio, e me ter voltado para trás a contemplar a árvore centenária: há mais de meio século, ainda criança, tinha ali participado em pic-nics semelhantes, descrevo-os em L'Heure Exquise (Newsletter No. 5, Associação dos Amigos de Monserrate).
Uma belíssima renovação nos Jardins, cá em baixo, é o recém recriado lago dos nenúfares. Um dia destes escrevo um poema: será um elogio a Gerald Luckhurst e descreverá este jardim histórico, estas plantas aquáticas...e evocará a pintura de Monet.
Estiveram no pic-nic mais de meia centena de participantes: nem uma beata, nem um papel, nem uma tampa de refrigerante ficaram, esquecidos, no relvado.
Os Amigos de Monserrate são assim!
Julieta Almeida Rodrigues