O jardim que o pensamento permite
O jardim que o pensamento permite
Poema de Maria Gabriela Llansol
Herbais, 20 de Outubro de 1980
A felicidade deve estar imanente no tempo. O tempo, em si mesmo, deve ser feliz. Que dia estranho, em que julguei sentir-me uma página do tempo. Fui a um dos meus jardins e encontrei a lua cheia, como uma pessoa que eu desejasse ver. Devo ousar mais: a lua era um ser que eu desejava ver. Este meu jardim não tem muro, nem casas à volta, está disposto a crescer à medida que eu o atravessar, uma, duas, três, centenas de vezes.É um lugar? É uma fonte que comunica com o espaço? É um texto a ler? É o jardim que o pensamento permite?
(Este poema, que integra e deu o nome ao livro de poesia que a AAM editou com a Documenta, coordenado por José Manuel de Vasconcelos, é o primeiro de uma série que faremos aparecer, a partir de agora, nas nossas newsletters)